sábado, 17 de julho de 2010

Discurso sobre o Método - René Descartes

Discurso sobre o Método

Professor Antônio Carlos Prestes Rodrigues
O século XVII foi um dos períodos mais fecundos para a história da filosofia. Marcado pelo absolutismo monárquico (concentração de todos os poderes nas mãos do rei) e pela Contra – reforma (reafirmação da doutrina católica em oposição ao crescimento do protestantismo), essa época acolheu as grandes invenções da ciência, que viriam mudar para sempre o panorama do nosso conhecimento, como as novas teorias de Galileu e o experimentalismo de Francis Bacon.
A revolução operada por Descartes na história do pensamento é difícil de avaliar numa primeira leitura do Discurso do Método. Publicado em 1637, em francês, o livro servia como introdução para três escritos científicos, voltados para meteorologia, a geometria e o estudo do corpo humano. Disposto a encontrar uma base sólida para servir de alicerce a todo conhecimento, Descartes não distinguia a filosofia das outras ciências.
O projeto cartesiano de fundar a filosofia em uma base nova jogou para longe a tradição aristotélica e o pensamento da escolástica, que dominou a filosofia no período medieval.
No Discurso do Método, Descartes elabora uma espécie de autobiografia, em que conta em primeira pessoa os fatos e as reflexões que o fizeram buscar um principio seguro para edificar as ciências. Descreve também os passos que o levaram à fundação de seu método – o percurso que vai da dúvida sistemática à certeza da existência de um sujeito pensante. A separação entre sujeito e objeto do conhecimento tornou-se fundamental para toda a filosofia moderna.
Recusando a autoridade a autoridade dos filósofos que o antecederam, René Descartes foi o maior expoente do chamado “racionalismo clássico” – uma época que deu ao mundo filósofos tão brilhantes como Francis Bacon, Blaise pascal, Thomas Hobbes, Baruch Espinosa, John Locke e Isaac Newton.

Do que fala Discurso do Método?
Primeiro: dos fundamentos de uma ciência universal – ao formular as bases do conhecimento cientifico, Descartes afirma que o mesmo método que serve para a metafísica (ou para a filosofia) deve servir para todas as ciências. Trata-se, portanto, de buscar um método universal, capaz de garantir a verdade do conhecimento humano.
Segundo: da dúvida metódica – o filósofo deve rejeitar como falso tudo aquilo em que se possa supor a menor dúvida. A dúvida deve fazer parte de seu percurso em busca da verdade.
A dúvida é um momento necessário para a descoberta da substancia pensante, da realidade do sujeito que pensa.
Terceiro: do Cogito – a palavra cogito (penso) deriva da expressão latina cogito ergo sum (penso logo existo) e remete a auto-evidencia do sujeito pensante. O cogito é a certeza que o sujeito pensante tem da sua existência enquanto tal.

Quem foi René Descartes
O filósofo francês René Descartes no dia 31 de março de 1596, em La haye, uma pequena cidade do distrito de Touraine, hoje chamada La-Haye-Descartes, em sua homenagem. Sua família pertencia à pequena nobreza e seu pai, Joachim Descartes, era deputado no parlamento francês. Coma morte da mãe, um ano após o seu nascimento, René Descartes e seus dois irmãos foram deixados aos cuidados da avó materna.
Aos dez anos, Descartes iniciou seus estudos no colégio Jesuíta de La fleche, onde ficou aos cuidados do padre Charlet, reitor do colégio e também seu tio. Descartes era uma criança de saúde frágil, mas demonstrava grande inclinação para os estudos.
Em 1618, com vinte e dois anos,, Descartes ingressou no exército de Maurício de Nassau, com base na cidade de Breda, onde exerceu uma função civil, aplicando seus conhecimentos matemáticos. Nessa cidade, Descartes fez amizade com o matemático Isaac Beeckam. A ele dedicou o tratado da música , em que aplicou a lógica matemática aos conhecimentos musicais.
Em 1619, Descartes deixou o exercito e empreendeu várias viagens pelas cortes européias. Em 1622, esteve novamente na França para tratar de uma herança, o que lhe forneceu independência financeira para ocupar-se inteiramente de seus estudos.
Em 1628, Descartes saiu de Paris e dois anos depois mudou-se para Amsterdã, onde se dedicou aos estudos de matemática, ótica e meteorologia.
Em 1632, Descartes decidiu viver em Daventer. Posteriormente, passou período em várias cidades da Europa , entre elas Utrecht, Leyde, Stantport e Endegeest, estudando e travando contato com cientistas e sábios.

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